Você não deveria buscar RESPOSTAS para sua vida na internet
Devaneios sobre como temos utilizado as redes para promover serviços de "saúde mental"
ARTIGOS
Pedro M. Vienna
7/11/20252 min read


Hoje vemos uma quantidade alarmante de pessoas buscando e oferecendo apoio psicológico, social, relacional e espiritual nas redes. O clássico panfleto de: trago seu amor de volta em 7 dias, se transformou em anúncios e vídeos de pessoas “extremamente bem sucedidas” lhe dizendo o por que seu amor ainda não voltou e como você deve ser para que ele volte.
A questão não é a existência de pessoas que oferecem serviços nestas áreas tão demandadas e transtornadas de nossas vidas. Inclusive eu, que escrevo aqui, corro o risco de cair nessa armadilha. A diferença está em como se lida com as próprias limitações e responsabilidades. Esse fazer não pode ser sem o mínimo de cuidado argumentativo, ética ou crítica às próprias verdades.
O que dá mais cliques são as afirmações fortes, contraditórias, polêmicas, populares e baseadas em algum artigo aleatório, mal lido e com baixa validade científica.
A fórmula é:
Transforme sua experiência pessoal (ou idealizada) em regra.
Generalize o máximo que puder a partir do mínimo de evidências.
Divulgue ao máximo de pessoas possíveis sem nunca se preocupar com a individualidade e complexidade de cada vida.
Ah, e aproveite para gerar uma separação significativa entre aqueles que fazem como você e os outros que não. Isso gera desejo, desejo de participar do grupo, de não ser o excluído, de não ser o homem fraco ou a mulher com baixa energia feminina.
Devíamos ser mais cuidadosos, menos imediatistas e lembrar que a facilidade da exposição de nossas vidas na caixinha de resposta de um qualquer não é de fato uma alternativa a conversar com pessoas e passar por processos de individuação.
No fim, o digital nos oferece mais um espelho do que relações de cuidado reais. Quem ganha são os donos das redes, que lucram com a nossa exposição. Saúde mental não se constrói com respostas imediatas ou polarizações, mas com processos contínuos de individuação e encontro humano. Quanto mais saudáveis formos, menos dependentes seremos dessas fórmulas vendidas como verdade.
Necessitamos de menos eugenia, menos idealização narcisica e mais humanidade…
Pedro M. Vienna - Psicólogo clínico CRP 06/190294.
Cuidado profissional e humanizado em saúde mental.
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